Review | SOPA: Tale of the Stolen Potato

“SOPA: Tale of the Stolen Potato” é o debut charmoso da brasileira StudioBando, uma aventura narrativa 3D que transforma uma simples batata em portal para um mundo mágico sul-americano. Você controla Miho, um menino latino-americano que entra no armário da cozinha para pegar uma batata para a sopa da avó (Nana) e é sugado para um reino fantástico de florestas exuberantes, vilarejos precários e criaturas falantes. Lá, ele deve rastrear ingredientes exóticos roubados por um sapo roxo malandro, ajudando personagens excêntricos como sapos mercadores e humanos excêntricos em side quests surreais.

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Lançado dia 1 no Xbox Game Pass Ultimate (compatível com Series X|S, One e Cloud), o jogo de 5 GB é otimizado para todos os modos Xbox, com suporte a controle, teclado/mouse e conquistas. Classificado PEGI 3/ESRB Everyone, ele mira famílias e fãs de narrativas cozy, inspirado em “A Viagem de Chihiro”, “Viva – A Vida é uma Festa” (Coco) e “O Pequeno Príncipe”. Em um outubro de 2025 lotado de blockbusters como “Ninja Gaiden 4”, “SOPA” é um “palate cleanser” perfeito: curto, emocional e acessível, evocando point-and-clicks como “Lost in Play” ou animações Pixar, mas com toques de realismo mágico latino-americano – pense em cumbia, mercados negros e lições sobre legado familiar.

Gráficos e direção de arte

Os visuais são o destaque imediato: estilo animado 3D com influências Pixar/Ghibli, paleta vibrante de verdes tropicais, azuis ribeirinhos e tons quentes de mercados noturnos. Animações faciais over-the-top dão vida aos personagens – olhos expressivos de sapos chapéutudos, caretas cômicas de Miho e o olhar julgador do cachorro inicial. Ambientes como o Mercado Negro (cheio de vendedores frenéticos) e rios selvagens brilham com detalhes imaginativos: vasos como barcos, estátuas de argila colecionáveis e partículas de folhas flutuantes.

No Xbox Series X, roda em 1080p-4K dinâmico com 60 FPS estável, realçando texturas handcrafted. Porém, bordas de níveis são bare-bones, texturas ocasionalmente bland e AA falha em close-ups, fazendo faces humanas parecerem “weird” em ângulos ruins. Comparado a “Lost in Play”, é menos polido mas mais imersivo culturalmente; à “Venba”, adiciona fantasia whimsy. Uma direção de arte heartfelt que prioriza emoção sobre realismo AAA.

Jogabilidade e mecânicas

Clássico adventure 3D acessível: explore mundos semi-abertos (poucos, mas densos), interaja com tudo (botão A), colete itens no inventário contextual e resolva puzzles observation-based. Nada hardcore – combine graxa de formiga com caixas escorregadias, negocie no mercado ou use plantas como jangadas em rápidos. NPCs dão hints sutis via diálogos ramificados (opções bobas para humor), e side quests como plantar árvores com o amigo Miguel incentivam 100% sem frustração.

Controles Xbox são intuitivos: analógico para movimento (jank ocasional), gatilhos para interagir, inventário via menu. Duração curta evita fadiga, com secret passages reduzindo backtracking. Conquistas divertidas (840G fáceis, uma skill-based infernal em rapids). Puzzles testam criatividade infantil – “pense como Miho” –, escalados para kids 7+. Superior a adventures punitivos; compara a “LucasArts classics” em simplicidade, mas falta notebook de quests claro. Evolui o gênero cozy com foco em imaginação.

Som e trilha sonora

Áudio é um abraço quente: trilha cumbia minimalista com beats latinos underground (erhu-like, percussão alegre), elevando exploração a “dança fantástica”. SFX vivos – crepitações de fogo, ecos de mercado, rushes de rio – criam imersão. Vozes são mumbling não-verbal (português-like, charmoso), com expressões faciais compensando; diálogos “silly” via animações. No Xbox, áudio 3D espacializa caos do Mercado Negro. Pequenos glitches de loop, mas patches iniciais estabilizaram. Comparável a “Venba” em culturalidade, supera em whimsy orquestral.

Narrativa

Pulmão emocional: Miho’s odisseia simboliza legado – ingredientes mudam a cada retorno à cozinha, revelando histórias de Nana via diálogos e cinemáticas tocantes. Temas de família, imaginação infantil e “coisas que passamos adiante” culminam em final único, heartwarming (sem spoilers). Personagens quirky (sapos espertos, Miguel leal) misturam humor absurdo (negociações infantis) com commentary social leve (overwork). Slow burn orgânico, ressoa pós-créditos como “Coco”. Não épico, mas sincero: uma fábula sul-americana sobre sopa como metáfora vital.

Desempenho técnico

No Xbox Series X, 60 FPS sólido com loadings rápidos (<5s), suporte total a Quick Resume/Cloud. Porém, launch teve jank: movimento impreciso, animações skip frames, áudio falhas, softlock final (restart resolve) e detecção de controle buggy (plug-in necessário para inventário). Patches day-one+ melhoraram estabilidade, sem crashes totais reportados. Series S/One rodam bem (30-60 FPS), otimizado handheld/Cloud. Imersão quebra levemente por polimento faltante (AA, texturas), comum em indies pequenos – mas roda buttery smooth pós-updates.

Conclusão crítica

“SOPA: Tale of the Stolen Potato” é uma joia Game Pass: curta, colorida e comovente, resgatando magia infantil em um mundo sul-americano vibrante. Animações Pixar-like, puzzles criativos e narrativa sobre legado o tornam essencial para famílias, superando rivais cozy em culturalidade. Jank técnico e brevidade (sem replay/New Game+) impedem perfeição, mas patches mostram compromisso da StudioBando. Em 2025, brilha como “sopa quente em dia frio” – imperdível via sub.

Nota final: 8/10 Cozy must-play no Game Pass – reconfortante, criativo e cativante.

Pontos positivos

Pontos negativos

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