Review | Wuchang: Fallen Feathers é um souls-like de primeira

“Wuchang: Fallen Feathers” é o ambicioso debut da chinesa Leenzee, um soulslike action RPG que mergulha o jogador nos horrores sobrenaturais da dinastia Ming tardia, na terra devastada de Shu. Você assume o papel de Bai Wuchang, uma pirata mulher amnésica acometida pela misteriosa “Feathering” – uma praga que transforma humanos em aberrações emplumadas. Acordando em uma caverna flamejante, ela deve explorar um mundo interconectado de ruínas guerreiras, florestas assombradas e fortalezas decadentes, coletando fragmentos de cinzel para desvendar seu passado e confrontar a escuridão que consome a região.

Lançado dia 1 no Xbox Game Pass (arquivo de 35 GB no Series X e 27,5 GB no Series S), o título chega otimizado para Xbox Series X|S, com modos de performance variados e suporte total a Quick Resume. Classificado como PEGI 18/ESRB Mature por violência gráfica e temas maduros, ele se destaca em um 2025 saturado de soulslikes chineses pós-“Black Myth: Wukong” – mas com foco em narrativa ramificada, múltiplos finais e um sistema de loucura único. Inspirado em folclore chinês, “Wuchang” evoca “Bloodborne” pela agilidade combatória e “Elden Ring” pela exploração não linear, priorizando builds flexíveis e chefes diabólicos. Não é um blockbuster FromSoftware, mas um indie AAA heartfelt que prova o potencial de estúdios emergentes.

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Em um catálogo Game Pass repleto de ports, 505 Games entrega uma experiência fresca: brutal, bela e em evolução constante via patches, perfeita para fãs de ação soulslike que buscam variedade cultural e replayability.

Gráficos e direção de arte

Alimentado pelo Unreal Engine 5, “Wuchang: Fallen Feathers” ostenta visuais de tirar o fôlego, com direção de arte que funde o gótico chinês ao sobrenatural: templos em ruínas cobertos de penas mutantes, neblinas etéreas iluminadas por lanternas vermelhas e biomas variados de pântanos fétidos a montanhas nevadas. A paleta transita de tons terrosos sombrios para explosões de crimson em combates, com partículas de penas flutuantes e efeitos de luz volumétrica que criam imersão palpável. Chefes são obras-primas – monstros folclóricos como dragões emplumados e guerreiros amaldiçoados, com animações fluidas e designs grotescamente detalhados.

No Xbox Series X, o modo qualidade atinge 4K dinâmico com RT parcial, enquanto o performance prioriza 60 FPS. A Series S luta mais, mas patches elevaram a resolução mínima. Comparado a “Lies of P”, a arte é mais orgânica e mitológica; a “Wukong”, menos linear e mais vertical. Detalhes como texturas de pele rachada pela Feathering e reflexos em poças de sangue elevam o padrão para soulslikes chineses – um banquete visual que justifica o hype.

Jogabilidade e mecânicas

O coração é um combate dinâmico e versátil: trocas rápidas de armas (swift draws) ativam skills instantâneas, alimentadas por “Skyborn Might” – recurso ganho via “shimmers” (dodges perfeitos). Com arsenal diversificado (lanças, garras, pistolas arcanas), builds florescem em uma árvore de habilidades profunda, permitindo magias, disciplinas e experimentação. Exploração recompensa: mundo interconectado com atalhos, NPCs ambíguos e fragmentos que alteram a narrativa. O sistema de Madness é genial – sobe com mortes ou kills humanos, spawnando um clone maligno seu como chefe; baixa matando monstros.

Controles no Xbox são precisos: gatilhos adaptativos para parries, analógicos responsivos. Dificuldade inicial desbalanceada (patcheada), mas chefes posteriores brilham com janelas de punish justas. NG+ e Rechallenge (patch 1.7) adicionam replay. Comparado a “Sekiro”, menos punitivo em dodges; a “Nioh”, mais fluido em swaps. Duração principal 40h, 60+ para platina. Acessível para novatos via customização, mas desafiador para veteranos – uma evolução bem-sucedida do gênero.

Som e trilha sonora

O áudio é imersivo: dublagem completa em inglês/m chinês (com PT-BR subs), com performances intensas para Wuchang – grunhidos exaustos, gritos de fúria. Trilha orquestral épica mescla erhu melancólico, tambores marciais e coros etéreos, elevando chefes a sinfonias de caos. SFX são visceral: clangor de lâminas, crepitações de penas, ecos cavernosos. No Xbox, som 3D espacializa ameaças, criando tensão palpável. Patches fixaram drops de voz iniciais. Eleva o tom mitológico sem exageros – comparável a “Ghost of Tsushima” em atmosfera.

Narrativa

A lore é fragmentada à la souls: itens, diálogos e escolhas revelam a praga Feathering, guerras Ming e amnésia de Wuchang. Múltiplos finais dependem de alianças e Madness, com vinhetas sobre perda e redenção. Não tão elegante quanto FromSoft – exige dedução –, mas recompensador, ecoando “Inside Out” em mutações emocionais. NPCs carismáticos (piratas rivais, monges caídos) adicionam peso moral. Clímax multifacetado prioriza consequências sobre twists baratos – sincero e replayable.

Desempenho técnico

No lançamento, Xbox sofreu: stuttering UE5, FPS drops (30-40 no Series X performance), resoluções baixas no S (300p em áreas densas). Patches cruciais – 1.3 otimizou consoles, 1.7 (nov/2025) adicionou Rechallenge, estabilidade e conteúdo grátis. Agora, Series X trava 60 FPS performance/40 qualidade; S em 30-45 estável. Carregamentos rápidos, sem crashes totais pós-update. Suporte Lite/Cloud bom. Otimizado para Game Pass, é portátil mas brilha docked. Problemas iniciais frearam scores, mas suporte contínuo redime.

Conclusão crítica

“Wuchang: Fallen Feathers” é um soulslike chinês triunfante: combate viciante, mundo cativante e visuais hipnóticos o posicionam como essencial no Game Pass. Evolui o gênero com Madness e swaps, superando “Wukong” em customização e rivalizando “Bloodborne” em fluidez. Patches transformaram tech ruins em sólido, provando compromisso da Leenzee/505. Desbalanceamento inicial e lore opaca impedem excelência, mas múltiplos finais e updates (expansões Deluxe) garantem longevidade.

Nota final: 8.2/10 Um debut impressionante em 2025 – brutal, belo e em ascensão. Imperdível para fãs de souls, via Game Pass.

Pontos positivos

Pontos negativos

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