Nesta quinta-feira, 17 de setembro, a narrativa brasileira em realidade virtual “A Linha” entra de vez para a história do principal prêmio internacional dado a obras e profissionais da indústria televisiva, o Primetime Emmy Awards. A partir das 21h (horário de Brasília), o site do Emmy transmite para o mundo todo o Creative Arts Emmy Awards 2020, cerimônia online de premiação que terá a participação da equipe de “A Linha” diretamente de São Paulo, onde fica o estúdio ARVORE, responsável pelo projeto.
Vencedora na categoria “Outstanding Innovation in Interactive Programming”, “A Linha” é uma narrativa em realidade virtual (VR) totalmente pensada e desenvolvida para ser contada neste formato. Com direção de Ricardo Laganaro, vozes de Rodrigo Santoro (inglês) e Simone Kliass (português) e trilha sonora original da Ultrassom Music Ideas, a obra conta uma história de amor entre Pedro e Rosa, dois bonecos que vivem em uma maquete da cidade de São Paulo em 1940, e inova ao permitir que o usuário interaja com a experiência usando o próprio corpo ao invés de controles.
Para conquistar o Emmy, “A Linha” passou pela avaliação técnica de um júri formado por 20 especialistas em experiências imersivas e teve aprovação unânime. Era necessário ser considerada uma obra notável e impactante, que ampliasse os conceitos de arte e ciência em mídias interativas e demonstrasse domínio do formato, elevando significantemente a experiência do usuário.
Também premiada como “Melhor Experiência em VR” no 76º Festival de Veneza, “A Linha” coloca o ser humano no centro da narrativa e conta uma história universal de amor com camadas adicionais de significado e compreensão, especialmente sobre rotina e medo de mudanças. Repleta de emoções, combina ainda a interação corporal da realidade virtual com inovações técnicas e conceituais que tornam suas escolhas artísticas possíveis. A obra é a primeira experiência lançada comercialmente para Oculus Quest a usar o novo recurso de rastreamento de mãos (hand tracking), ampliando a imersão do usuário e seu senso de participação na trama.
Pedro e Rosa
Os protagonistas de “A Linha” são Pedro e Rosa, dois bonecos em miniatura perfeitos um para o outro, mas que relutam em superar suas próprias limitações e viver uma história de amor. Nos cerca de 15 minutos de duração da experiência, o usuário é transportado para uma versão em miniatura de São Paulo nos anos 1940, um cenário encantador em que Pedro, um entregador de jornais, repete todos os dias o mesmo percurso durante seu trabalho. A cada ciclo, porém, o personagem permite a si mesmo uma pequena escapada para colher uma flor amarela e deixar, anonimamente, para Rosa, a florista.
Tudo acontece sempre da mesma forma até que as rosas amarelas acabam. Pedro então é forçado a enfrentar seu maior medo: escolher um outro caminho para tentar encontrar novas flores. Essa pequena e ousada atitude revira totalmente o universo particular de Pedro, que passa a enxergar seu mundo sob uma perspectiva diferente e carrega o usuário sutilmente para o meio de um grande impasse criado pela mudança na rotina.
Trilha sonora com ritmo brasileiro
“A Linha” apresenta diversas referências à cultura do Brasil, inclusive à música. Conduzida pela melodia de um autêntico chorinho brasileiro composto pelo estúdio Ultrassom Music Ideas, a narrativa tem mais este elemento que faz o usuário viajar à cidade de São Paulo na década de 1940 e adiciona camadas de emoção. A trilha sonora original tem assinatura de Gilson Fukushima e Ruben Feffer, que compôs com Gustavo Kurlat a trilha do longa de animação “O Menino e o Mundo”, indicado ao Oscar em 2016.