Análise | Jojo’s Bizzare Adventure All-Star Battle R
Em 2013 a Bandai apresentou Jojo’s Bizarre Adventure: All Star Battle, um game de luta desenvolvido pela CyberConnect2, um exclusivo de PS3 lançado originalmente no Japão e posteriormente na Europa e Américas. Na última década a popularidade de Jojo cresceu absurdamente e os novos fãs ansiavam por um novo game de luta, já que All Star não estava disponível em plataformas mais recentes, muito menos no PC.
O remasterização de All Star Battle não foi apenas o relançamento de um jogo de anime, mas uma oportunidade de tirar do (quase) anonimato um título tão peculiar quanto seus personagens.
Gameplay
A CyberConnect 2 optou por um design diferente do que pratica nas franquias Naruto e Dragon Ball. All Star Battle R tem uma perspectiva 2D com um cenário 360º, algo parecido com o que vemos em TEKKEN ou SoulCalibur, por exemplo. Esta escolha artística torna a experiência do game muito mais próxima de um jogo de luta tradicional.
A jogabilidade também tem aquela pegada tradicional, e assim como muitos jogos de atuais, ao dominar um personagem você aprende como comandar com todos. O game conta com 50 personagens advindos de todas as temporadas de Jojo’s Bizarre Adventure, ou seja, estamos falando de um elenco incrível para lançamento.
Existem diferenças estéticas entre os personagens por causa de suas habilidades. Por exemplo, os usuários de hamon carregam uma barra de energia, como o chakra dos personagens de Naruto. Já os usuários de Stand ativam e desativam suas habilidades a qualquer momento, embora precisem carregar os golpes especiais. Eu diria que existem vantagens e desvantagens entre esses poderes, uma maneira sutil que a desenvolvedora encontrou para balancear os personagens. Diego Brando, por exemplo, usa a habilidade montaria (um cavalo). Se ele for derrubado é necessário conseguir uma brecha no combate para convocar o seu cavalo novamente, então, embora seja bem forte, tem um ponto fraco justo.
Gráficos
A arte de All Star Battle R está mais próxima do mangá do que do anime e isso me chamou bastante a atenção, pois dá ao fã que ainda não leu a obra (que é o meu caso) a chance conhecer um pouco mais do traço original. Outro ponto interessante é como a CyberConnect2 captou a essência de cada fase dos personagens. O Dio da primeira fase é totalmente diferente do Dio de Stardust Cruzaders, desde o jeito de andar até seus movimentos, o mesmo vale para os demais personagens que ultrapassam temporadas.
Alguns cenários são interativo, assim como nos novos Mortal Kombat, isto é , você pode usar recursos do ambiente para bater no adversário. É possível desativar a função em partidas , mas eu, particularmente, gosto do desafio extra na hora de jogar contra os outros. É falando em competitividade, eu me surpreendi com o modo online. Além da conexão ser muito boa eu não tive dificuldade em encontrar pessoas para jogar. Por ser um game de anime é difícil dizer por quanto tempo as pessoas ficarão engajadas, mas neste primeiro momento o multi-player está satisfatório.
Extras
O maior extra do jogo é o seu modo campanha, que dá ao jogador a possibilidade de reviver momentos da história original. O ponto negativo é que, diferentemente de outros games, não existe narração dos eventos. As temporadas de Jojo’s Bizarre são organizadas em abas, e você pode jogar qualquer partida dentro dela, como se fosse um modo arcade tradicional. Quando você joga um certo número de partidas dentro da aba uma fase de chefão é liberada. As mais de 100 partidas da história seguem este ritmo.
Apenas quem assistiu o anime ou leu o mangá vai de fato entender o que está acontecendo ali. Para mim, este é o ponto negativo do game, pois perderam a oportunidade de narrar os eventos e trazer um pouco mais da franquia para um jogo de luta tão completo.
Veredito
Jojo’s Bizzare Adventure All-Star Battle R é um dos melhores jogos de luta baseados em anime que temos por aí. A última vez que me diverti tanto com um jogo do gênero foi em Naruto Shippuden: Narutimate Accel 2 (PS2). A Cyberconnect2 conseguiu entender a linha tênue entre técnica e fanservice, ou seja, ele é um game na medida certa para os dois lados. Vale a pena para todos os fãs.
Nota: 9
Uma cópia de Xbox Series S foi cedida pela BANDAI para realização desta análise.