Pode não parecer, mas Far Cry já tem 17 anos. Após idas e vindas a franquia voltou aos trilhos em 2012, com o icônico Vaas Montenegro. Desde que a Ubisoft descobriu a verdadeira identidade da saga ela tem investido em aprimorar a fórmula do sucesso.
Far Cry 6, num rápido olhar, é isso, a evolução daquilo que tem dado certo. Entretanto, ao analisar o jogo mais de perto, conseguimos enxergar como ele se difere dos seus antecessores e porquê deve ser jogado. Confira nos próximos parágrafos a minha análise de Far Cry 6 para PS4.
Um pouco sobre o enredo
A história se passa em Yara, um país caribenho fictício inspirado em Cuba. A nação yaranista vive tempos de guerra e miséria, graças ao atual presidente, Antón Castillo, interpretado por Giancarlo Esposito. Um chefe de estado que tenta ser carismático, mas que não passa de um ditador.
Você assume o papel de Dani Rojas, uma órfã (ou órfão) que durante uma tentativa de sair do país é emboscada pelo próprio presidente. Após sobreviver ao ataque, ela se une a um grupo de guerrilheiros que deseja libertar o país das garras de Castillo.
Bem-vindo a Yara
As primeiras missões do jogo, que funcionam como tutorial, mostram um pouco do que está por vir. Depois disso você é apresentado ao resto do mapa, que não é pequeno. Vou repetir: não é pequeno. Você tem a chance de visitar um país inteiro, com diversas missões secundárias que ajudam a libertar o povo e tirar poder do ditador.
Assim que tive acesso ao resto do mapa resolvi pegar um barco e velejar pela costa. Fiz algumas paradas aleatórias para ter uma noção da geografia e level design das regiões. Depois de quase duas horas explorando o jogo, sem compromisso, eu pude ver como a Ubisoft se preocupou em regionalizar o game. Isto é, os distritos tem características distintas na vegetação e nos pequenos povoados.
Existe muita transição geográfica. Você começa numa pequena ilha, adentra a mata fechada, passa pela área rural e ainda pode visitar centros urbanos. É impossível não sentir vontade de conhecer cada canto dos distritos de Yara.
Gameplay
Far Cry 6 preserva a jogabilidade que já conhecemos. Há muitas opções de armas, como pistolas, fuzis, metralhadoras, escopetas, armas feitas com gambiarra e os novíssimos Supremos, isto é, armas com uma força acima da média que podem ser consideradas um ataque especial (inclusive, derrubar helicópteros).
E com grandes arsenais vem grandes desafios. O game no modo normal é difícil, como um bom Far Cry deve ser. Algumas áreas, mesmo no início do jogo, te pressionam a melhorar o equipamento antes de tentar mais uma vez. O que te leva a exploração e missões secundárias.
Infelizmente o mesmo não pode ser dito do modo fácil. Ele não oferece desafio algum para quem já está acostumado com jogos em primeira pessoa. Só vale a pena arriscar o easy se você estiver com pressa de passar uma missão.
Dificuldade está diretamente ligada a Inteligência Artificial, certo? Na maior parte do tempo a I.A. é satisfatória, mas, às vezes, um inimigo ou outro tem um comportamento totalmente desorientado. Por exemplo, você está no meio de um tiroteio e um soldado não percebe que você está ao lado dele, ou que o seu parça (tigre, cachorro, etc.) está prestes a atacá-lo. Embora seja algo simples de corrigir, e que deve desaparecer nos primeiros updates pós lançamento, não tem como não notar esse detalhe.
Experiência no PS4
O PlayStation 4 está no final de sua vida, mas a Ubisoft mostrou que o velho guerreiro ainda tem gás. Eu joguei Far Cry 6 no console base de Sony e não enfrentei nenhum problema de performance, pelo contrário. Além disso, os gráficos impressionam pela riqueza em detalhes.
O game roda a 1080p 30FPS. Mesmo em momentos de muita tensão o jogo mantém estabilidade e você não sente perda de desempenho. Isso é louvável, visto que o título é robusto e tem muitas interações acontecendo ao mesmo tempo.
O tempo de loading é aceitável para o padrão de um HDD mecânico. Não é o mais rápido na sua categoria, porém é superior ao tempo de carregamento de outros jogos em Primeira Pessoa que oferecem mundo aberto e semiaberto. Digo o mesmo do carregamento de viagem rápida.
Veredito
Far Cry 6 é um jogo massivo, com muito conteúdo para além da campanha principal. Graças as customizações é possível ter uma experiência única em cada partida e mudar seu jeito de jogar quando quiser. Do mais hardcore ao stealth, quando possível. Tudo que você precisa é de um pouco de loot para começar a criar seu próprio caminho.
Existem leves melhorias técnicas, que podem e, com certeza, serão revisadas no futuro, mas nada que prejudique o título no seu lançamento. Far Cry 6 no PS4 mostra o potencial do console frente a nova geração. Os jogadores que ainda não migraram para o PS5 terão uma experiência digna e divertida no aparelho veterano da Sony.
Nota: 9
A Ubisoft forneceu uma cópia de PS4 para a realização desta análise.