Análises

Análise | Resident Evil Village é um tributo ao legado da série

Ethan Winters fará de tudo para salvar a sua família mais uma vez

Chegou a hora de fazer a análise de Resident Evil Village, a saga que é um dos grandes camaleões da cultura pop. Pois a Capcom não tem medo de explorar a franquia e de dar novas oportunidades para a marca. Seja nos filmes, livros, seriados ou nos próprios jogos. Sendo assim, a única certeza que temos é que algo inesperado pode acontecer a qualquer momento.

Em outras palavras, foi justamente isso que ocorreu em Village. O 8º título da história principal não é apenas outra aventura em Primeira Pessoa. A Capcom buscou aprimorar aquilo que foi visto em Resident Evil 7, dar um toque de nostalgia para os fãs e também oferecer algo novo.

O início do pesadelo

Ethan e Mia buscam ter uma vida normal três anos após os eventos em Lousiana (Resident Evil 7). Eles agora têm uma filha, Rosemary, e decidem criá-la na Europa. Entretanto, esta paz dura pouco, pois um dia, sem a menor explicação, Chris Redfield adentra e residência da família Winters, atirando contra Mia e capturando Rose e Ethan.

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Imagem: Gabriel Magalhães

Como se não bastasse, a van em que Ethan estava sofre um acidente no trajeto. Nosso protagonista se encontra num lugar desconhecido. Mas  não demora muito para ele perceber que o algo muito estranho está acontecendo no vilarejo mais próximo dali. Algo não apenas estranho, mas quele não gostaria de reviver. E assim começa sua luta para encontrar filha e esposa.

Atmosfera do jogo

É impossível falar de Village sem citar RE4. Conforme se avança muitos elementos lembram a experiência de Leon na Espanha. O design do game, o jeito de se interagir com a ambientação, a existência de um mercador, os puzzles, ou máquina de escrever para salvar o jogo, por exemplo.

De certa forma é como se a Capcom dissesse “você já passou por isso uma vez e sabe o que tem que fazer”. Essa familiaridade torna a jogatina mais confortável e dá ao game uma conexão ainda maior com o universo da franquia.

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Imagem: Gabriel Magalhães

A narrativa é um dos pontos fortes do jogo, e isso se deve aos personagens bem escritos e diálogos fortes. Os antagonistas não são apenas vilões sedentos pela vida de Ethan. Eles tem história, convicções e é possível sentir essa construção nas animações que acontecem ao longo do título.

Embora Alcina Dimitrescu seja um dos cartazes do jogo os demais personagens de Village também tem seu momento e brilham tanto quanto ela. Como não se simpatizar com jeito descolado e cínico de Heisenberg? Como não ser cativado pelo cavalheirismo de Duque, ou não se sentir desconfortável com Angie Beneviento?

Jogabilidade

O game é em Primeira Pessoa e a Capcom adotou o seu próprio layout de controle, ou seja, ele não tem o mapeamento padrão que vemos em jogos do gênero. Contudo, em momentos de estresse e que o jogo exige resposta rápida, as configurações recomendadas podem não agradar. Logo, para jogadores acostumados com o dinamismo o ideal e alterar a sensibilidade dos analógicos nas configurações e/ou “americanizar” a ordem dos botões para alcançar um gameplay tradicional.

Outra mudança notável é o retorno de malas, mais um legado de RE4. Agora é possível carregar as coisas de Ethan para todo o lugar, comprar malas maiores e criar itens essenciais, como munições e remédios. Falando em criar itens, a exploração é um fator decisivo para encontrar recursos. Há muitas gavetas, barris, caixas, e outros objetos quebráveis que escondem tesouros.

Resident Evil Village
Imagem: Gabriel Magalhães

Quanto a dificuldade, não se pode dizer que RE Village seja fácil. Mesmo no modo casual os monstros são duros na queda. É importante equilibrar as estratégias e saber a hora de correr, bloquear um ataque e trocar a arma de fogo pela arma branca em busca de poupar munição, principalmente para chefões e inimigos especiais.

E os puzzle? Sim, eles estão presentes. Os quebra-cabeças não têm a complexidade de RE2 ou Zero e, de maneira geral, vão exigir muito mais observação do que de fato uma investigação atrás das soluções.

Performance no Series S

No Series S existem dois modos de jogo, com Ray Tracing ligado (1440p HDR/30 fps) e com RT desligado (1440p HDR/45 fps). Nas duas opções ele roda muito bem, mas depois de testar a fluidez dos 45 fps a taxa de 30 quadros com Ray Tracing não parece tão atraente. A fluidez ganha da beleza e no fim das contas vale mais a pena perder um pouco dos detalhes.

Veredito

Se fosse para resumir RE Village em uma palavra ela seria “melhor”. O game supera seu antecessor em vários aspectos, como no gameplay, modelagem dos personagens, enredo e gráficos. Ele se encaixa perfeitamente no universo da franquia e entrega tudo na dosagem correta. Isso resulta em um game divertido, repleto de suspense e saudosismo para os veteranos.

Como dito anteriormente a franquia de Resident Evil sempre passou por mudanças e Village é um passo bem grande dentro deste novo rumo que a saga tomou. Ele completa a história de Ethan, cria laços com o passado e entrega um desfecho que deixa qualquer fã louco por uma sequência.

Nota: 8.5

Uma cópia para Xbox Series X|S foi cedida pela Capcom para a realização desta análise.

Gabriel Magalhães

Criador do Forever Jogando. Produz conteúdo no segmento de jogos eletrônicos e cultura pop desde 2015. Além do FJ tem textos publicados em grandes portais, como Uol (Start) e GameHall.
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