Análises

Review | Final Fantasy XIII é clássico que merece replay

Introdução

Lançado em 2009 para o PlayStation 3, Final Fantasy XIII é o décimo terceiro título da icônica série de RPGs da Square Enix. Sendo parte de uma das franquias mais reverenciadas no mundo dos games, FF XIII teve grandes expectativas depositadas sobre si, tanto por sua impressionante campanha de marketing quanto pelo poder gráfico do PS3. Com seu inovador sistema de combate e visual deslumbrante, o jogo dividiu opiniões entre fãs e críticos, especialmente devido à sua linearidade e narrativa complexa. Mas será que, ao revisitar o título hoje, “Final Fantasy XIII” mantém sua relevância no catálogo dos grandes RPGs? Vamos explorar neste review de Final Fantasy XIII para PlayStation 3.

Sinopse (sem spoilers)

Final Fantasy XIII se passa no mundo de Cocoon, uma nação flutuante governada pelos misteriosos seres chamados de Fal’Cie, que controlam todos os aspectos da vida. Cocoon está em constante temor de seu vizinho, o mundo exterior chamado Pulse, uma terra vista como cheia de perigos e seres hostis. A história acompanha seis personagens principais: Lightning, Snow, Sazh, Hope, Vanille e Fang, cada um com seus próprios conflitos e motivações.

O enredo é centrado na relação entre humanos e Fal’Cie. Os protagonistas são marcados como L’Cie, humanos escolhidos pelos Fal’Cie para cumprir uma missão chamada Foco. Falhar na missão significa uma terrível maldição, enquanto cumpri-la oferece recompensas nebulosas. A narrativa gira em torno das consequências de ser um L’Cie e das intrincadas conexões pessoais entre os personagens, levando-os a desafiar tanto o destino quanto os governantes divinos do mundo.

Jogabilidade

Final Fantasy XIII se diferencia de seus predecessores com um sistema de combate que mistura elementos de turnos e ações em tempo real. Chamado de Active Time Battle (ATB), o sistema permite que os jogadores escolham uma série de comandos que se acumulam em uma barra de tempo. Isso traz uma dinâmica mais acelerada ao combate, exigindo que o jogador pense rapidamente sobre suas ações. Ao invés de controlar cada personagem diretamente, o jogador controla apenas o líder do grupo, enquanto os outros dois membros são gerenciados pela IA.

O ponto central da jogabilidade é o Paradigm Shift, uma mecânica que permite mudar a estratégia de combate em tempo real, alternando entre papéis como Commando (focado em dano físico), Ravager (dano mágico) e Medic (cura). A chave para a vitória está em saber quando alternar entre esses paradigmas, o que acrescenta uma camada estratégica ao combate. Essa abordagem inovadora dá aos jogadores a sensação de estarem sempre no controle de batalhas intensas e rápidas.

Apesar de o sistema de combate ser um dos pontos mais elogiados, a estrutura do jogo sofre com sua extrema linearidade, especialmente nas primeiras 20 horas de jogo. Durante a maior parte da jornada, o jogador é conduzido por corredores lineares, sem muitas opções de exploração ou missões paralelas, algo que desapontou muitos fãs acostumados com a liberdade de exploração dos títulos anteriores da franquia.

Eventualmente, o jogo se abre no capítulo final, dando ao jogador a possibilidade de explorar a vasta Gran Pulse, um mundo aberto repleto de monstros poderosos e missões opcionais. Infelizmente, essa liberdade chega tarde, o que pode afastar jogadores que preferem mais variedade desde o início.

Gráficos

Se há algo que Final Fantasy XIII faz com perfeição, é o visual. Os gráficos do jogo são impressionantes, mesmo quando comparados com jogos mais modernos. A Square Enix aproveitou ao máximo o poder do PlayStation 3, criando ambientes incrivelmente detalhados, desde as futurísticas e iluminadas paisagens de Cocoon até as regiões selvagens e expansivas de Gran Pulse.

O design dos personagens é igualmente impressionante, com modelos bem detalhados e animações suaves, especialmente durante as cutscenes. Cada personagem possui um visual único que reflete sua personalidade e história, algo que sempre foi uma marca registrada da franquia. As invocações, ou Eidolons, são visualmente deslumbrantes, apresentando transformações mecânicas e ataques devastadores que são um verdadeiro espetáculo.

Os efeitos visuais dos combates são dignos de nota. Feitiços, ataques e habilidades são acompanhados por flashes de luz, partículas e explosões que tornam cada batalha um deleite visual. A atenção aos detalhes é evidente em cada cenário e personagem, e as cutscenes pré-renderizadas são de tirar o fôlego, complementando a narrativa de forma cinematográfica.

Trilha sonora

A trilha sonora de Final Fantasy XIII, composta por Masashi Hamauzu, é um dos pontos altos do jogo. Embora Hamauzu tenha um estilo diferente de Nobuo Uematsu (compositor clássico da série), ele conseguiu criar uma trilha que é ao mesmo tempo épica e emocional. As músicas refletem perfeitamente os diferentes tons da história, desde as tensas batalhas até os momentos mais emotivos entre os personagens.

O tema principal, “Blinded by Light”, é uma peça marcante, frequentemente tocada durante as batalhas, aumentando a intensidade dos combates. Além disso, há uma variedade de faixas que vão desde melodias suaves e introspectivas até temas orquestrais épicos. O design de som do jogo, desde os efeitos dos ataques até os sons ambientes de Cocoon e Gran Pulse, é bem executado, criando uma imersão completa.

As dublagens, disponíveis em inglês e japonês, são bem realizadas, com destaque para a atuação de Ali Hillis como Lightning, que consegue transmitir o caráter duro e determinado da protagonista. Alguns diálogos podem parecer um tanto dramáticos, mas isso está em linha com o tom grandioso e, por vezes, melodramático da série.

Desempenho no PlayStation 3

Final Fantasy XIII roda de maneira fluida no PlayStation 3, com poucas quedas de frame rate, mesmo nas cenas mais intensas de combate. A Square Enix fez um ótimo trabalho em otimizar o jogo para o hardware da Sony, garantindo uma experiência visualmente impecável. Os tempos de carregamento são razoáveis, e o jogo se beneficia da capacidade de rodar em alta definição no console.

A única crítica em termos de desempenho está no fato de que os ambientes, embora deslumbrantes, são majoritariamente lineares. A falta de exploração em um jogo que roda tão bem pode parecer um desperdício de potencial, especialmente considerando o quão vasto e variado o mundo poderia ser.

Veredito

Final Fantasy XIII é um jogo que dividiu opiniões na época de seu lançamento, e ainda continua sendo um título controverso entre os fãs. Seus gráficos espetaculares, trilha sonora cativante e sistema de combate inovador são dignos de elogios, mas sua linearidade extrema, especialmente durante as primeiras dezenas de horas, pode afastar jogadores que buscam a liberdade e a exploração típicas da série.

No entanto, para aqueles que perseveram, “Final Fantasy XIII” oferece uma história emocional com personagens bem desenvolvidos e um combate tático recompensador. Se você é fã da franquia e está disposto a abraçar suas mudanças, “Final Fantasy XIII” pode ser uma experiência memorável, mesmo que não seja perfeita.

Nota: 8,5

Gabriel Magalhães

Criador do Forever Jogando. Produz conteúdo no segmento de jogos eletrônicos e cultura pop desde 2015. Além do FJ tem textos publicados em grandes portais, como Uol (Start) e GameHall.
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