
Se você é fã de FPS old-school com uma pitada de caos cyberpunk, Turbo Overkill já deve estar no seu radar. Desenvolvido pela Trigger Happy Interactive, o jogo é uma ode aos clássicos dos anos 90 como Doom e Quake, mas com uma identidade própria: um protagonista ciborgue chamado Johnny Turbo, uma perna-serra motorizada e um senso de humor tão ácido quanto o ácido que derrete inimigos na tela. Agora, a versão da Nintendo Switch promete trazer essa experiência frenética para o portátil. Mas será que o hardware da Switch consegue acompanhar o ritmo alucinante do jogo? Vamos aos detalhes.
Gameplay: velocidade, violência e uma pitada de loucura
Turbo Overkill não é para os fracos de coração – ou de reflexos. O jogo exige movimento constante, combos absurdos e uso criativo de um arsenal que inclui desde metralhadoras duplas até uma serra-elétrica acoplada na perna (sim, você pode deslizar cortando inimigos ao meio, Duke Nukem que se cuide). A mecânica da serra é brilhante: além de ser letal, ela recarrega seu impulso de dash, incentivando agressividade.
Na Switch, os controles são surpreendentemente bem adaptados. Jogar no portátil é intuitivo, embora o esquema de botões exija um período de adaptação (especialmente para ativar habilidades secundárias no calor do combate). De quebra, o modo portátil é viciante: ver sangue pixelizado respingando na tela enquanto você está no sofá tem seu charme.
História: cyberpunk clichê, mas com alma
A narrativa é simples: Johnny Turbo volta a Paradise, sua cidade natal, agora dominada por uma IA maligna chamada Syn. O roteiro não reinventa a roda – é puro suco de cyberpunk com diálogos cheios de bordas e referências a filmes B. Mas isso não é um defeito. O jogo sabe que é over the top e abraça sua loucura, seja em chefes gigantescos com designs criativos (um deles é literalmente um nightclub ambulante) ou em easter eggs escondidos nas zonas neon-dilapidadas da cidade.
Visual e som: retrô com estilo, porém com limitações técnicas
O visual é uma mistura de pixel art detalhada e efeitos de luz modernos, criando um cyberpunk vibrante e sujo. Na TV, a resolução parece um pouco abaixo do ideal (provavelmente 720p em docked), e texturas podem ficar embaçadas em cenários mais complexos. Já no modo portátil, o pequeno esconde esses problemas, e o estilo artístico brilha.
A trilha sonora é um eletro-metal acelerado que combina perfeitamente com o ritmo do jogo. Os efeitos de som são igualmente imersivos: o ronco da serra, os gritos de inimigos despedaçados e o feedback tátil do HD Rumble dão peso a cada ação.
Performance na Switch
Aqui está o maior desafio. Turbo Overkill é um jogo extremamente rápido, com dezenas de inimigos, partículas de sangue e explosões simultâneas. No PC e consoles de última geração, roda a 60 FPS, mas na Switch, a taxa de quadros oscila entre 30-40 FPS, com quedas perceptíveis em momentos de caos total (prepare-se para engasgos em chefes épicos).
O carregamento também é mais longo que em outras plataformas, embora não chegue a ser irritante. A boa notícia? Nenhum crash ou bug grave foi encontrado durante a análise, e o jogo mantém sua essência intacta. Se você prioriza portabilidade e não se importa em sacrificar fluidez, vale a pena. Caso contrário, talvez prefira outras plataformas.
Prós e Contras
Prós:
- Gameplay viciante e criativo, com a perna-serra roubando a cena.
- Estilo visual único e trilha sonora energética.
- Portabilidade funciona bem para sessões rápidas.
Contras:
- Quedas de FPS em momentos intensos.
Veredito
Turbo Overkill na Nintendo Switch é como um hambúrguer suculento, mas com o pão levemente amassado. A experiência core – a violência, a velocidade, a adrenalina – está toda lá, e jogar onde quiser é um plus enorme. No entanto, as limitações técnicas podem frustrar puristas de performance.
Nota: 8,5
Uma cópia foi cedida para Nintendo Switch para a realização desta análise.