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Análise | The King of Fighters XV revive os tempos de ouro da franquia

Seja o rei dos lutadores mais uma vez

Fazer a análise de The King of Fighters XV foi nostálgico para mim, pois a minha relação com a série é antiga. Conheci a franquia nos fliperamas, lá no começo dos anos 2000, e quando ganhei meu PSOne de aniversário o KFO 98 foi um dos primeiros games que adquiri. Desde então eu tenho acompanhado a saga de Kyo Kusanani e sua turminha do barulho.

Por isso, toda vez que um KOF é anunciado, eu fico contanto as horas para poder jogá-lo. Com o novo The King of Fighter as coisas não foram diferentes. E minha ansiedade ficou ainda maior por causa dos atrasos de lançamento devido a pandemia. Felizmente a espera acabou, e jogadores do PC, PS4, PS5 e Xbox Series X|S podem massacrar botões para descobrir quem é o rei dos lutadores.

Apresentação

A SNK optou por um elenco de personagens consagrados, ou seja, temos menos estreantes e mais personagens veteranos. Embora seja uma sequência direta do jogo anterior, muitas equipes ficaram de fora. O time South America, que tinha dois brasileiros, o Kim e seu mestre Gang-il, o time South Town ou Villains, são exemplos de bonecos que não estão disponíveis na atual lista de 39 lutadores.

Análise The King of Fighters XV

Além disso, temos equipes que foram “separadas”, o que deu origem a novos times. No fim das contas a organização dos lutadores ficou interessante. Pois os personagens mais notáveis de diferentes gerações estão presentes. Mas peraí, isso não é fan service? Claro que sim, e ainda bem que a SNK pensou deste jeito. Afinal de contas, o que a gente quer é isso, jogar com os personagens que temos afinidade, com os lutadores que criamos um vínculo ao longo de anos, título após título.

Gráficos de desempenho

Os gráficos de The King of Fighters XIV foram fortemente questionados e debatidos entre fãs e crítica especializada. Para a nossa alegria o design do novo KOF é bonito, é de fato a transição do 2D para o 3D que todos queriam. A nova direção artística lembra bastante o estilo dos animes e também o KOF All Star, desenvolvido pela Netmarble. Sendo esta estratégia proposital ou não, eu diria que foi uma excelente combinação, pois deixa o jogador, em especial os novatos, mais visualmente confortáveis ao transitar do mobile para o título de console /PC e vice-versa.

O desempenho no PS4 está dentro do esperado. Como eu disse, os gráficos estão ótimos. O jogo roda muito bem e eu não presenciei nenhum delay ou engasgo. O draw distante e animações dos cenários também me agradaram bastante, e nem mesmo em momentos mais tensos, com muita coisa acontecendo na tela, eu passei por queda de frames.

Análise The King of Fighters XV

The King of Fighters se destaca pelo estilo 3×3, isto é, você escolhe três personagens para jogar. Eles podem ser do mesmo time ou não, fica a seu critério. Este sempre foi o charme da franquia e o que a tornou diferente dos demais títulos de luta nos anos 90. Vence aquele que tiver pelo menos um lutador de pé no final dos rounds, logo, algumas partidas podem ter mais do que três rounds.

Jogabilidade

A jogabilidade de KOF evoluiu bastante nos últimos anos. Em vez de comandos longos e complexos passamos a ter uma jogabilidade mais fluida e preocupada com a técnica e capacidade de reação dos gamers. Eu, particularmente, senti esta mudança a partir da série Maximum Impact e vi ela sendo refinada em KOFXIII. Aqui as coisas não são diferentes, pois o mais novo The King of Fighters é um jogo acessível, que permite que combos efetivos sejam aplicados até mesmo por principiantes. Isso não significa que se tornou um jogo fácil, mas que permite que novatos tirem proveito do game logo nos primeiros momentos, talvez até no online.

Mas antes de falar sobre multiplayer eu gostaria de comentar o Modo História, que faz o papel de Arcade no jogo. Os níveis 1 e 2 da CPU são bastante fracos e não apresentam muitas diferenças entre eles, por isso, eu não indico que ninguém comece a treinar contra a máquina nestes níveis. Já o nível 3, que é o padrão, tem uma I. A. equilibrada. Os bonecos reagem, usam ataques especiais eventualmente, se defendem e praticam combos com uma boa frequência, entretanto, às vezes “dão um branco” e ficam parados ou tem uma reação nitidamente tardia, o que pode – ou não – ser uma estratégia para equilibrar a máquina.

Análise The King of Fighters XV

Já os níveis 4 e 5 da CPU a lição de casa foi feita corretamente. No nível 4 os bonecos começam a agir de maneira frenética e não descansam entre um ataque e outro. Eu diria que o nível 4 é o ideal para quem quer ir logo para o Online, pois a CPU é “bem humana”. Já o nível 5 é para os veteranos, que desejam o desafio raiz e se superar.

Bom, vamos falar do modo Online. Eu esperei mais alguns dias para postar minha análise, justamente para ter uma experiência legítima do gameplay na rede, então, vamos lá. A SNK investiu na conexão depois de KOFXIII, e em KOFXIV vimos como as coisas melhoraram. Em KOFXV o progresso continuou, e eu diria que é o melhor para se jogar online de todos os tempos. Eu jogo em uma Internet fibra ótica de 300mb com NAT Tipo 2 e não tive dificuldade para encontrar partidas na mesma região ou de outros países. Na maioria das vezes em que eu marcada para buscar um novo oponente o matchmaking levava em torno de 40 segundos, o que é louvável num game de luta. Dentro do game eu encontrei uma jogatina estável e me deparei apenas uma vez com um erro in game que me levou a perda de conexão.

Fora de jogo eu tive um erro durante a busca por oponente, que encerrava a procura e me levava a tentar de novo manualmente, mas, como os erros do jogo, até o momento, não tem código, eu não sei dizer se a falha advém do game ou da minha Internet. Tirando este detalhe eu não tive nenhum outro incômodo.

Veredito

Não é fácil manter uma franquia com mais de 20 anos no mercado. KOF, como todos os “dinossauros” nascidos nos anos 90 passou por uma crise de identidade e teve jogos ruins. Mas a SNK tem feito um esforço legítimo para alinhar a franquia e retomar seu glamour desde The King of Fighters XII.

Mais uma vez confiar em Yasuyuki Oda como diretor, um designer experiente, que trabalhou em Garou, Street Fighter IV e em KOFXIV inclusive, foi uma decisão inteligente para ajudar a saga a chegar no lugar que ela merece: a boa e velha tríade dos games de luta (e eu nem preciso dizer quem são os outros dois, não é?).

Mas é aí, The King of Fighters XV vale a pena? A resposta é sim. O trabalho final resultou num jogo robusto, com gameplay renovado e boa jogatina. Tudo que um game de luta precisa para garantir diversão e desafio, seja online ou offline.

Nota: 8,5

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 A SNK forneceu uma cópia de PS4 para a realização desta análise.

Gabriel Magalhães

Criador do Forever Jogando. Produz conteúdo no segmento de jogos eletrônicos e cultura pop desde 2015. Além do FJ tem textos publicados em grandes portais, como Uol (Start) e GameHall.
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